Tema: livre
Os sons apressados
dos passos de Jessica rompiam o silencio da mata escura, a jovem de belos cabelos ruivos corria rapidamente por
dentro da mata, sua perna doía, sinal que
pular daquele barranco não tinha sido uma boa ideia... - pensou, talvez
tivesse torcido o tornozelo ou tivesse deslocado, não importava, Jessica sabia
que devia correr ou logo seria alcançada pelo bando, DROGA – pensava ela, se ao menos soubesse que haveriam tantos - droga, droga, droga,- havia sido tola de
achar que após todos os anos de treinamento, sua formatura se resumiria a uma simples expedição, o estranho sorriso de seu pai ao dar-lhe boa sorte e a gigantesca preocupação de sua mãe agora faziam todo o sentido, bom... Não podia chorar sobre o leite derramado, falhar em sua missão significaria jogar fora todos os anos de treinamento, significaria decepcionar seu pai e o pior de tudo, significaria admitir que sua mãe estava certa e que ainda não estava pronta para ingressar na ordem
achar que após todos os anos de treinamento, sua formatura se resumiria a uma simples expedição, o estranho sorriso de seu pai ao dar-lhe boa sorte e a gigantesca preocupação de sua mãe agora faziam todo o sentido, bom... Não podia chorar sobre o leite derramado, falhar em sua missão significaria jogar fora todos os anos de treinamento, significaria decepcionar seu pai e o pior de tudo, significaria admitir que sua mãe estava certa e que ainda não estava pronta para ingressar na ordem
Jessica estava
ficando cansada, a dor no tornozelo só aumentava e a cada passo que dava sua
perna se tornava mais pesada, não poderia correr para sempre e se esconder não
era uma opção, visto que apesar de burros, aqueles malditos possuíam um ótimo
olfato, avistou uma arvore grande e de galhos fortes, escalou-a com pouca
dificuldade, de cocas em cima de um galho Jessica tentava controlar a
respiração enquanto preparava uma flecha em seu arco, a pressão de seu peso
aumentava sua dor, mas não podia arriscar sentar-se sem dificultar sua mira,
apoiar o peso na perna boa era a única alternativa que lhe restava, e assim o fez...
dois hobgoblins surgiram poucos metros abaixo, armados com tacapes, ambos
conversavam em sua língua rustica, enquanto vasculhavam as moitas a procura da
garota, um deles passou bem embaixo da arvore onde estava, - esquerda, direita, frente, trás,- era
incrível como sempre esqueciam de olhar para cima, bastou uma flecha, rápida e
muda para levar a criatura em silencio de volta a terra, isso! – murmurou Jessica para si mesma, estava orgulhosa de sua
mira certeira
O segundo hobgoglin,
estranhando o silencio repentino, virou-se e logo percebeu o cadáver caído em
meio o tapete de folhas secas, os sons guturais vindos da boca da criatura
foram silenciados por uma flecha que lhe atravessara a garganta, Jessica
esperou alguns segundos, em silencio, a arqueira tentava ouvir algum som
estranho, que lhe revelasse algum inimigo nas proximidades, após alguns
momentos decidiu descer da arvore e seguir enfrente, não podia arriscar topar
com outros membros do bando...
Lentamente a jovem
pendurou-se em um galho, temendo que uma queda de mau jeito piorasse a situação
de sua perna, enquanto se concentrava para pular, outra criatura saltou dos
arbustos em sua direção, o impacto do corpo do monstro arrancou Jessica do
galho arremessando-a metros de distancia, os olhos da criatura bufavam em ira,
sua pele esverdeada e cheia de rugas fedia a carne estragada, um ar quente saia
de suas narinas mesclando-se com o frio daquela noite, armado com um pequeno
machado de pedra o hobgoblin caminhava em sua direção...
Atordoada pela
queda, Jessica levantou-se com dificuldade, seu arco jazia no chão a alguns
metros de distancia, tudo bem –
pensou, a final de contas, não conseguiria usa-lo muito bem em um combate corpo
a corpo, percebendo a aproximação da criatura, Jessica sacou seu punhal, uma
lamina simples e sem brilho, porem bastante resistente e afiada, a jovem se pós
em posição de combate e... Não, Não esta
tudo bem – sentiu uma forte fisgada na perna e logo se deu conta de um
ataque eminente da criatura que girava o machado em sua direção, sem o devido
apoio na perna a garota levantou seu punhal, arriscando uma tosca defesa, a
criatura não possuía grande pericia em combate
mas compensava com a força, o golpe quebrou facilmente a defesa da jovem,
precisava tomar cuidado, um golpe certeiro e dificilmente conseguiria se levantar, Jessica segurou firme o punhal, não podia
deixar que caísse, concentrou-se nos movimentos do inimigo, lembrando dos
ensinamentos sobre combate corporal, a criatura podia ser forte, mas Jessica
mesmo ferida, continuava sendo mais rápida, lembrou-se dos arcos, o padrão de
movimento presente em todas as criaturas, 1,2,1,2,3,1,2,3,4
– aos poucos a jovem conseguia ver claramente o padrão dos ataques do monstro, com
um movimento rápido, a garota arremessa um punhado de terra no monstro e
ignorando a dor na perna, salta na direção do adversário cravando o punhal em
eu estomago, os dois caem ao chão e a criatura ensandecida aperta-lhe o
pescoço, enquanto resiste, Jessica passa
a aplicar varias estocadas no abdômen da criatura que geme desesperadamente
enquanto sente a vida esvair de seu corpo, caída ao lado da criatura, Jessica
descansa, a falta de forças parece servir de anestésico para sua dor, ela pensa
na aldeia, nos seus pais e na festa que farão quando voltar, ela pensa em seu
arco e pensa na gloria de ter se tornado da ordem dos arqueiros – deveria
correr, talvez hajam mais hobgoblins por perto...foda-se – Jessica dorme.
07/09/2015
Ilustração feita por: Marília Barbosa ( https://www.facebook.com/maribarbosaart?ref=ts&fref=ts )
Ilustração feita por: Marília Barbosa ( https://www.facebook.com/maribarbosaart?ref=ts&fref=ts )
menino, me surpreendeste, adorei teu conto, fiquei fisgada nele desde o início! Parabéns
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